Há várias frentes a serem trabalhadas
para a implantação de uma nova Central de Atendimento.
Vamos pensar primeiramente em uma
Central receptiva (inbound):
1)
Dimensionamento da Central (pa’s, pessoas, troncos de telefonia, links,
E1s):
Gosto desta
definição do site http://www.erlang.com.br - dimensionar é "A
arte de garantir a quantidade necessária de recursos e pessoas qualificadas no
momento correto, para atendimento ao volume previsto, com a garantia de
qualidade e nível de serviço desejado, ao menor custo possível !"
Passos para os
Dimensionamentos:
Vou listar as
etapas que vivenciei ao longo dos anos então, abro espaço aos
especialistas no assunto "dimensionamento" para me escreverem com as informações que complementam
este material, caso seja necessário e, se assim desejarem.
1º passo: definir
quais são os níveis de serviço que precisam ser entregues, de acordo com as
regras de negócio e estratégias do cliente contratante do Call Center e a
Legislação, considerando que alguns serviços se enquadram no decreto 6.523 de
31 de julho de 2008 e, também definir qual será o horário de funcionamento da Central;
2º passo: definir forecast de ligações. Estimar, caso
não haja histórico anterior, qual o volume de chamadas entrantes conforme comportamento esperado do cliente
final desta Central, e distribuí-las pelos horários ao longo dos dias do mês.
Normalmente
considera-se um percentual em relação à base de clientes ativos para chegar a
um volume de chamadas estimado, mas, há muitas outras variáveis, de acordo com
o negócio envolvido, por exemplo, se for uma Central de Seguros é preciso saber
o número de sinistros previsto para o período que se seguirá e assim por
diante.
Em alguns casos
calcular o forecast é responsabilidade do cliente contratante do Call Center,
mas, há situações nas quais o Cliente é responsável por dar subsídios (fornecendo
os dados envolvidos) para a Área de Planejamento/Engenharia de Tráfego do Call
Center e esta faz os cálculos que definem o forecast.
Esta
responsabilidade deve constar em contrato, pois, a mesma precisa estar clara, sobretudo,
tendo em vista os prejuízos que se pode ter por falhas no cálculo do forecast.
E aconselhável
fazer o forecast do 1º ano da Central, lembrando que para que seja estabelecido
um forecast mais ajustado à realidade é preciso saber qual é o incremento da
base de clientes previsto para o período, quais as campanhas e ações de
marketing que estão planejadas, quantas lojas serão inauguradas, enfim todas as
ações que historicamente resultam em aumento no volume de chamadas recebido na
Central.
3º passo: Estimar o percentual de ligações que será
retido na URA, ou seja, ligações nas quais o cliente receberá as informações
que deseja diretamente do atendimento eletrônico, sem precisar ser transferido
para o atendimento assistido (humanizado) e, então obter o volume de ligações
que se espera receber no atendimento assistido;
4º Definir tipo
de contratação do serviço, se por PA ou speaking time (minuto falado). Tendo em
mãos os dados: Forecast, Nível de Serviço, TMO ou TMA , TME, percentual de
ligações atendidas no atendimento assistido e horário de funcionamento da
Central é possível montar os dois
cenários (PA ou speaking time) e comparar o custo benefício de ambos para as
partes envolvidas;
5º passo:
dimensionar mão-de-obra (MOB), ou seja, quantos atendentes, supervisores,
coordenadores e gerentes serão necessários (estes dados alimentarão a equipe que
estiver na frente Recrutamento e Seleção);
6º passo: dimensionar número de linhas de telefonia. Com
o forecast em mãos e definindo mais algumas regras de negócio, como por
exemplo, o número de clientes em fila de esperas (quantas linhas precisam estar
disponíveis para Fila de Espera) e quantidade de rotas para transferências
internas, é possível dimensionar o
número de linhas necessárias para a Central.
7º passo: calcular
qual o tamanho de banda é necessário para trafegar dados, para tanto é preciso
conhecer todos os aplicativos que serão utilizados na central, bem como todos
os sites que precisarão ser consultados, downloads que precisarão ser feitos,
enfim tudo que consuma banda de internet.
Com estes passos
concluídos teremos dimensionado: nº de PA’s, quantidade de pessoas, quantidade
de linhas/troncos necessários e largura de banda necessária. Estes dois últimos
itens nos permitem avaliar qual a melhor solução a ser contratada em termos de
fornecedor/solução para tráfego de voz e dados.
Continuaremos no
próximo artigo.
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